Eu tenho escrito muito pouco nesse espaço. Sempre me culpo bastante por não dar a devida atenção pro meu blog. Eu tenho várias ideias do que eu poderia fazer nesse espaço, planejo várias postagens, escrevo rascunhos mas quando chega a hora de publicar eu simplesmente deixo pra lá, como se algo que viesse de mim não fosse importante. Isso. Eu deixo esse blog de lado porque esse é um projeto meu e eu não tenho o hábito de me tratar como prioridade. Eu ignoro minhas necessidades, minhas demandas pessoais e foco mais no coletivo: as meninas, a família, o trabalho, os projetos em grupo…
Por falta de tempo (na justificativa oficial) e por falta de vontade, deixo de lado a minha escrita e minha ideias. E por mais que eu parece satisfeita fazendo a coisas que todos querem que eu faça, fica um vazio em mim, uma frustração por tantas ideias desperdiçadas, tantas projetos abortados, tantas falas reprimidas e sufocadas em minha própria mente.
Sinto que a escrita pode ser um verdadeiro caminho para que eu priorize as minhas necessidades. Faz muito pouco tempo que eu passei a gostar de escrever. A gostar do que eu escrevo. E esse gostar tem muito a ver com deixar de ser tão crítica e me permitir aprender coisas novas.
Estou gostando muito desse processo. Esse ano estou fazendo um curso de escrita e autoconhecimento parra mulheres. É um curso grande, cm aulas todas as semanas, onde a gente é estimulada a escrever de forma intercalada a práticas de meditação, relaxamento, autocuidado. A escrita é quase uma ferramenta terapêutica de expressão dos nossos sentimentos, mesmo que nem sempre sejam propostos textos autobiográficos. É um espaço sem julgamentos, sem pressões por determinada forma. Saio de lá mais leve para encarar a semana e mais confortável com a minha própria escrita.
Percebi que eu tinha um grande bloqueio com a escrita. Tenho dificuldade de se lida, de aceitar que as pessoas podem ser e gostar do que eu escrevo. Óbvio que isso tem relação com a minha autoestima, não é? Eu sempre sinto que o que eu tenho a dizer não é uma prioridade, posso fazer outras coisas antes, posso ouvir as outras pessoas, dar voz ao que elas querem dizer.
Mas e eu? Eu venho sempre por último.
Tomar consciência disso e um primeiro passo pra buscar a mudança. Estou tentando me sentir mais confortável em postar aqui, em escrever meus poemas e em mostrar pras pessoas. Em me posicionar como escritora. O curso tá na metade, tenho uma boa caminhada até o final do ano. Espero que ao longo desse semestre a minha escrita vá subindo alguns degraus na estada das prioridades em minha vida.